quinta-feira, 15 de setembro de 2011

15 de Setembro - Dia de Nossa Senhora das Dores


Pela Virgem Dolorosa, Vossa Mãe, tão piedosa, perdoai-me, Meu Jesus...

Veneramos hoje a memória das Dores da Santíssima Virgem Maria, evocada sob os piedosos títulos de Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da SoledadeNossa Senhora das AngústiasNossa Senhora das LágrimasNossa Senhora das Sete DoresNossa Senhora do Calvário ou ainda Nossa Senhora do Pranto

Na língua latina, nosso idioma materno, a Virgem das Dores é invocada como Beata Maria Virgo Perdolens, ou Mater Dolorosa, em sua forma corrente.


O culto à Mater Dolorosa iniciou-se em 1221, no Mosteiro de Schönau, na Germânia. Em 1239, a sua veneração no dia 15 de Setembro teve início em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria (Ordem Servita). 


Este piedoso título da Virgem Maria deve-se à memória de sete momentos de grande angústia sofridos pela Santa Mãe de Deus, preservados pela tradição da Igreja como as Sete Dores da Virgem Maria:

1- A profecia de Simeão, durante a apresentação do Menino Jesus (Lucas 2, 34-34);
2- A fuga para o Egito (Mateus 2, 13-21);
3- O desaparecimento do Menino Jesus em Jerusalém (Lucas 2, 41-51);
4- O encontro de Maria e Jesus no caminho para o Calvário (Lucas 23, 27-31);
5- A paixão e a morte de Jesus (João 19, 25-27);
6- Maria recebendo nos braços o Filho morto (Mateus 27, 55-61);
7- O sepultamento de Jesus (Lucas 23, 55-56).

Meditemos, com São Bernardo, um uma homilia do século XII, sobre as profundas Dores da Santíssima Virgem que, em tudo, soube obedecer a Deus, suportando heroicamente o martírio de seu Divino Filho, penetrando, com Ele, nos Sagrados Mistérios da Paixão.



O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do Senhor. Este foi posto - diz o santo ancião sobre o menino - como um sinal de contradição, e a Maria:e uma espada traspassará tua alma (cf. Lc 2, 34-35).


Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada traspassou tua alma. Aliás, somente traspassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus - de todos certamente, mas especialmente teu - a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela traspassou a tua alma. A alma dele já não estava ali; a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isto a violência da dor penetrou em tua alma e nós te proclamamos, com justiça mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal.

E pior que a espada, traspassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre a alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! Que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro. Como ouvir isso deixaria de traspassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?

Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos.

Talvez haja quem pergunte: "Mas não sabia ela de antemão que ele iria morrer?" Sem dúvida alguma. "E não esperava que logo ressuscitaria?" Com toda a confiança. "E mesmo assim sofreu com o Crucificado?" Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual.


Oremos:

Ó Mãe das Dores. Rainha dos mártires, que tanto chorastes vosso Filho, morto para me salvar, alcançai-me uma verdadeira contrição dos meus pecados e uma sincera mudança de vida.
Mãe pela dor que experimentastes quando vosso divino Filho, no meio de tantos tormentos, inclinando a cabeça expirou à vossa vista sobre a cruz, eu vos suplico que me alcanceis uma boa morte. Por piedade, ó advogada dos pecadores, não deixeis de amparar a minha alma na aflição e no combate da terrível passagem desta vida a eternidade.
E, como é possível que, neste momento, a palavra e a voz me faltem para pronunciar o vosso nome e o de Jesus, rogo-vos, desde já, a vós e a vosso divino Filho, que me socorrais nessa hora extrema e assim direi: Jesus e Maria, entrego-Vos a minha alma.
Amém.

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