Entrevista Especial: Gil Monteiro

Prezados irmãos leitores e irmãs leitoras do site Paróquia São José CP.com.br, a Paz de Cristo!

É com enorme alegria que trazemos para vocês o texto da entrevista exclusiva realizada com o cantor Gil Monteiro, que esteve presente na última Missa por Cura e Libertação (dia 09/03) e realizou o belíssimo show de abertura da 74ª Festa e Novena de São José!

A entrevista aconteceu nesse último sábado, poucas horas antes da abertura da festa. Nela, o cantor de 27 anos, paranaense de Rio Branco do Sul, relembra o gosto pela música, descoberto ainda na infância, o início da carreira musical, com o cantor Walmir Alencar, e fala sobre o retorno a Conselheiro Pena, para abrilhantar a Novena do Padroeiro.

ATENÇÃO: Para melhor encadeamento das informações, alguns trechos foram reajustados, procurando-se, porém, manter ao máximo a fidelidade às declarações originais.

Confiram!

Entrevistador: Leonardo de Paula
Crédito de fotos: Nilson Carneiro / Matheus de Paula

"Desde pequeno eu estou dentro da Igreja,
minha família é católica, eu cresci dentro da Igreja..."

Leonardo: Gil, nós da equipe do site Paróquia São José CP te damos as boas vindas mais uma vez, por você estar em nossa paróquia e agradecemos a sua presença e por você estar conosco nessa entrevista.

Gil Monteiro: Eu é que agradeço, primeiramente, o acolhimento que a Paróquia teve comigo desde o ano passado, e agora, na casa do Nilsinho (Nilson Albino, Ministro da Eucaristia), com os organizadores da Festa (de São José), o padre, que eu conheci melhor durante a celebração (Missa por Cura e Libertação, 09/03/12), muito obrigado.

L: Muita gente aqui de Conselheiro já está familiarizada com você (Gil Monteiro participou do Epifania 2011), mas para quem ainda não te conhece, fale um pouco sobre a sua carreira, sobre “quem é o Gil Monteiro”.

G: Desde pequeno eu estou dentro da Igreja, minha família é católica, eu cresci dentro da Igreja, e comecei participando, desde pequeno, dos coroinhas, do coral da catequese, até que eu aprendi a tocar violão, com um senhor da minha paróquia, que ensinava a molecada a tocar. E aí, tocando violão, eu entrei pros grupos de jovens e nos grupos de oração, passei a tocar nos ministérios de música, até que em 2002 eu tive a oportunidade de conhecer o Walmir Alencar, que foi fazer um show na minha cidade. Ali ele me convidou para ir pra São José dos Campos, e integrar a banda dele, fazer parte do ministério. Eu fui, integrei a primeira formação do Ministério Adoração e Vida. Fiquei quase cinco anos com eles.

L: Isso foi à partir de 2002?

G: 2003. Foi de 2003 a 2008. Bom, nesse meio tempo, o Walmir trabalhava com um CD solo e um do Adoração e Vida. A banda base do Walmir se tornou o Adoração e Vida. Eu saí em 2008, e fiquei em um período de aprendizado, ouvindo o que Deus queria que eu fizesse, até que, no ano passado, 2011, eu tive a graça de lançar meu primeiro CD solo, pela gravadora Atração. Antes de sair do Ministério, eu também me tornei membro da Missão Ide e, com isso fui desenvolvendo mais meu ministério de pregação, uma realidade que eu não vivia tanto dentro do Adoração e Vida, já que eu só cantava. Então, fui assumindo mais responsabilidade dentro da missão e, agora, estamos aqui, nesse fim de semana, para celebrar a Festa de São José, junto com a comunidade.

L: Já são, então, quantos anos de carreira?

G: (Risos) Rapaz! Que difícil essa palavra... Não consigo imaginar isso... Vamos contar desde quando eu comecei com o Walmir, então, que foi quando a música ficou mais profissionalizada na minha vida, desde 2003. Então são... oito ou nove anos, mais ou menos.

L: Eu pude notar, ouvindo o seu CD, que você tem algumas músicas em espanhol. Você tem algum projeto, alguma vontade de trabalhar fora do Brasil?

G: Tenho. Eu fui, o ano passado, para Londres, e tive a oportunidade de ministrar lá, e é algo que arde em meu coração. Desde pequeno eu sempre gostei de língua estrangeira, eu gosto muito de inglês, sempre estudei inglês, e eu também tive a oportunidade de ficar em missão alguns dias no Uruguai, e aí eu aprendi espanhol e depois fui aprimorando.

Eu coloquei duas canções em espanhol no meu CD propositalmente, pelo seguinte: uma vez, um amigo meu chegou com um vídeo no celular dele, de um grupo de oração lá do Paraguai, que tinha feito uma versão da minha música “O Céu se Abre”, para o espanhol. Fiquei emocionado em ver. Depois, outros amigos me mandaram uma versão em polonês, depois uma versão em francês. Uma vez, uma arquidiocese de Colônia, na Alemanha, entrou em contato comigo, me pedindo autorização para utilizar a música num comercial da arquidiocese...

Então, a obra de Deus não se deixa acorrentar, ela não tem limite, não tem espaço, e... na verdade, eu sinto que é um impulso que o Espírito Santo coloca no meu coração. Então, eu estou investindo mesmo. Eu gosto de estudar língua estrangeira. Este ano, eu tenho uma missão em abril, logo depois da Páscoa, eu vou ficar uma semana no Uruguai, ministrando lá; em outubro, a gente vai com a banda também para o Perú, vamos ficar dez dias lá, então, estamos investindo.

Eu coloquei essas duas músicas no CD como versão, mas se Deus quiser, a gente tem um projeto inteiro em espanhol, em breve.

"Isso é o Espírito de Deus agindo, e eu estou alegre por Deus me utilizar,
dentro das minhas misérias, para fazer Sua obra ."

L: Com tanta gente vertendo suas músicas para outras línguas, como você vê a aceitação, a penetração das suas canções nas comunidades por onde você vai, e até em outros lugares onde você ainda não foi? Porque, desde que você esteve aqui, a gente pôde notar que os jovens estão cantando muito as suas canções desse CD, como já cantavam composições suas gravadas por outros artistas.

G: Ah, eu vejo como obra de Deus. Meu ministério de composição é para o povo. Eu componho para o povo, para eles usarem a música, e não só para uma realização pessoal minha. Igual, eles (o Ministério de Música Encantar) cantaram no final da Missa aqui (Missa por Cura e Libertação, de 09/03), uma música chamada “Além do Véu”, que o Adoração e Vida gravou, e era uma música que ia estar no meu CD.

Eu fiz essa música há muitos anos, e ela ia entrar no meu repertório, mas Deus queria trabalhar muito a minha vaidade. E Deus me falou pela boca de um primo meu, que é ministro da Eucaristia, um homem de Deus. Ele me disse: “Eu acho que você deveria ser mais humilde, e dar essa música para o Adoração e Vida”, por que eles estavam me pedindo uma música e eu não queria dar, “porque Deus quer fazer uma obra através dela, e vai ter muito mais alcance na voz deles do que na sua”.

Aí, ontem, aqui na Missa, eu estava sentado no banco, e eles cantaram essa música. Então, eu fico com o meu coração muito compungido, assim, de ver que a canção chega, e acontece... Eu tive uma experiência marcante, aliás, duas bem especiais. A Missão Ide tem um trabalho com a Pastoral Carcerária lá no Mato Grosso; aí, uma irmã da comunidade me ligou para contar que, ela chegou na cadeia, e as meninas do presídio pediram para cantar uma música, e cantaram “O Céu se Abre”, dentro da cadeia. Então, aquilo me marcou muito, pois a Palavra de Deus não se deixa acorrentar, ela chegou lá.

E numa outra oportunidade, eu cantei numa igreja Batista. O pastor me convidou para ir ministrar no culto deles, e o povo cantou “O Céu se Abre”, naquela igreja, em São Paulo. Foi uma experiência magnífica. Porque o Espírito Santo não pertence só à Igreja, Ele sopra onde quer, até lá dentro. Ele promove a unidade, a libertação para quem está lá dentro, às vezes se sentindo preso, para quem está, de certa maneira, excluído da sociedade, promove fora do país, em outras culturas... Isso é o Espírito de Deus agindo, e eu estou alegre por Deus me utilizar, dentro das minhas misérias, para fazer Sua obra.

L: Já era intenção sua criar uma identificação maior com o público jovem?

G: Assim... Como eu sou jovem, acaba sendo uma consequência. Então, de certa maneira, eu já esperava, porque, modéstia à parte, eu sei que os meus arranjos, as minhas músicas são fáceis de pegar. Eu sei que dá pra cantar, e não demora muito para se aprender as minhas músicas. Os arranjos são bem “pra frente”, bem modernos, é algo que atrai a juventude. Eu não fiz de propósito, mas eu sou isso, eu sou assim, então, como eu sou jovem, isso atrai a juventude.

Mas algo que é bacana, que eu percebo, é que, apesar de meu CD ter uma cara jovial, ele atinge também famílias, pessoas mais adultas, até idosos, gente que, de repente, ouve a música tema “Amanheceu”, as músicas de comunhão, as músicas mais “de oração”... é independente de idade. É bacana ver todas as faixas etárias cantando juntas, recebendo a graça de Deus.

"Eu não faço só uma apresentação musical, só um show.
Eu espero que as pessoas sejam bem receptivas nisso.
Apesar de ser um show, eu rezo bastante com o povo..."

L: Como você lembrou no começo da entrevista, já é a segunda vez que você está aqui em Conselheiro. A primeira vez foi no ano passado, um convite para participar do Epifania, e agora na Festa de São José. Como é para você estar de volta a uma cidade que te guardou no coração?

G: Ah, para mim é uma alegria grande. Porque, quando você vai a um lugar e te chamam de novo, é porque, de certa forma, alguma semente foi lançada e germinou. E a gente sempre tem um carinho por quem anuncia a Palavra de Deus. Eu vejo por mim. Eu tenho um carinho muito grande por aqueles pregadores que anunciaram a Palavra pra mim, aquelas pessoas que transformam a minha vida quando eu ouço a canção, ou uma pregação e, sempre quando eu encontro, eu quero estar perto, quero rever, reencontrar, saber como está... E saber que o povo de Conselheiro Pena me trata assim, com carinho... Eu tenho recebido muitas manifestações de carinho desde quinta-feira, à noite, quando eu cheguei. Então, é bom saber que de certa maneira eu pude cooperar para a obra de Deus, ajudar o projeto de Deus para a cidade, para a paróquia e para o povo da Igreja daqui.

L: E o que você trouxe para esse show* em Conselheiro? É só repertório do seu novo CD, ou algumas músicas que as pessoas já conhecem?

G: Não. Eu trago as músicas do meu CD, e trago algumas que o povo já conhece também. A música é uma ministração. Eu não faço só uma apresentação musical, só um show. Eu espero que o povo seja bem receptivo nisso. Apesar de ser um show, mas eu rezo bastante com o povo, oro bastante. E quem for participar, pode se preparar, que vai ter bastante oração, bastante ministração. E para isso, a gente acaba usando músicas de outros ministérios, para poder enriquecer (a apresentação), porque a Igreja é rica de ministérios. Então, temos que agregar, fazer o povo de Deus cantar bastante, também.

* O show em questão aconteceu no dia 10/03/12, na abertura da 74ª Festa de São José.

L: Pra encerrar, gostaríamos que você deixasse uma mensagem para quem vai ler essa entrevista, uma mensagem para os leitores e ouvintes do site e da web rádio da Paróquia São José.

G: Nesse ano, eu acredito que em outubro, o Papa Bento vai declarar o início do Ano da Fé, e vai ser trabalhada muito essa temática dentro da Igreja, os temas relacionados à fé. Então, para você que está lendo, eu desejo, do fundo do meu coração, que o Espírito Santo possa trabalhar na sua vida, no seu interior. Que você tenha muita fé, de que Deus pode fazer mais do que você tem pedido, pensado ou imaginado. Ele pode fazer mais. Tudo o que você precisa, tudo o que você sonha, tenha fé, acredite: ainda que as situações em volta digam que não, ainda que tudo pareça ao contrário, a vontade de Deus sempre prevalece. Quando Deus quer, não há quem não queira, principalmente porque Deus nos ama. Então, você que está lendo essas palavras, Deus te ama muito. Ele tem o melhor pra você. Tenha fé. Acredite.

L: Você pode deixar alguma forma para contato?

G: Claro. A gente pode se encontrar aí nas mídias sociais, facebook (facebook.com/gilmonteiro), no twitter (@gil_monteiro), e no meu próprio site (www.gilmonteiro.net). É só entrar lá, e a gente vai se falando. Então, que Deus abençoe a sua vida. Agradeço, mais uma vez, a oportunidade, e que a gente se encontre outras vezes.