Santa Cecília de Roma - Século II
Hoje a Santa Igreja venera com especial devoção a memória de Santa Cecília, a padroeira dos músicos, sejam cantores ou instrumentistas.
Essa virtuosa personagem, cuja existência e história se encontra envolta em mistério e lenda, viveu provavelmente no século II, sendo martirizada entre os anos de 176 e 180.
Cecília é lembrada na Liturgia da Igreja como a protetora dos músicos não por causa de uma belíssima voz ou de talentos musicais prodigiosos, mas sim por ter elevado a Deus, durante toda a vida, em especial, na noite de seu casamento e no martírio, os mais puros e íntimos louvores, personificando a apaixonada esposa do Cântico dos Cânticos, que oferece seu canto Àquele a quem tanto ama e busca.
Breve Histórico
Cecília teria nascido em abastada família de Roma. Como era do costume de sua época, foi prometida, ainda adolescente, em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano.
A moça não desejava casar-se, pois havia prometido sua virgindade ao Senhor, mas, não havendo remédio, foi obrigada a contrair matrimônio. Enquanto na festa todos se divertiam com a alegria mundana, Cecília, em tristeza por não poder permanecer livre para Deus, cantava os louvores do Altíssimo no coração, entregando-lhe o corpo e a pureza.
Foi com essa resolução que, após os festejos, estando a sós com o esposo, lhe revelou seus segredos: ela era cristã, e sua pureza estava guardada por um Anjo. Se Valeriano a tocasse atrairia para si a desgraça dos céus.
O esposo ficou impressionado e tornou-se cristão, através do exemplo de firmeza de Cecília, e conseguiu convencer também o irmão. Juntos, os três doaram os bens aos pobres.
O prefeito de Roma, pagão, sabendo do ocorrido, ordenou que se apresentassem os três para oferecerem sacrifícios aos deuses romanos. Como negassem, foram martirizados.
A virgem foi sentenciada a ser asfixiada ou morta em água fervente, mas nada sofreu. Foi então condenada a morrer sob a espada. Recebeu três fortes golpes, mas, por milagre, ainda permaneceu viva, embora ferida mortalmente. Deus preservou-lhe, para permitir que rogasse ao Papa que confiasse o resto de seus bens aos pobres e transformasse a casa em templo. Ao morrer, foi enterrada nas Catacumbas de São Calixto.
![]() |
Durante os festejos do casamento, a virgem cantava a Deus, no coração: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida” |
Oremos:
Ó Virgem e mártir, Santa Cecília, pela fé viva que vos animou, desde a infância, tornando-vos tão agradável a Deus e ao próximo, merecendo a coroa do martírio, convertendo pagãos ao cristianismo, alcançai-nos a graça de progredir cada vez mais na fé e professá-la através do testemunho das boas obras, especialmente servindo aos irmãos necessitados.
Gloriosa Santa Cecília, que os vossos exemplos de fé e virtude sejam para todos nós um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos a vontade de Deus, na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna.
Santa Cecília, padroeira dos músicos e artistas, rogai por nós.
Amém.
Que os músicos possam consagrar seus dons a serviço de Deus, esquecendo-se de si mesmos, evitando a soberba, o desejo de grandeza, exercendo a humildade e entoando os hinos do Senhor com alegria, devoção e desprendimento. É preciso lembrar que, se Deus chamou, é por bondade Dele, e não por merecimento nosso.
Sigamos o exemplo dessa venerável mártir cristã que, no silêncio de sua alma, soube reconhecer e exaltar Aquele que tudo pode.
Santa Cecília, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário